sábado, 19 de setembro de 2015

O Velho e o mar (2000) - Alexander Petrov

O velho Hemingway e o mar de Alexander Petrov



O clássico romance O velho e o mar , de Hemingway, foi adaptado para a linguagem dos desenhos e do cinema, conquistando o Oscar de melhor curta de animação no ano 2000. O resultado é maravilhoso, como poderão verificar. E as possibilidades didáticas a partir do filme são muitas, em diferentes níveis de ensino. 

Quem nos apresenta o filme, comenta sobre o trabalho desenvolvido por Alexander Petrov e dá dicas de possibilidades pedagógicas é o professor e escritor Adriano Lobão de Aragão, nosso assessor pedagógico no Piauí e no Maranhão.

Escrito em 1951 e publicado em 1952,O velho e o mar foi o último livro publicado em vida pelo escritor americano Ernest Hemingway (1899-1961). Conta a história de um velho pescador cubano, Santiago, que ficara 84 dias sem pescar nada e lança-se ao mar almejando a superação de seus dias de azar. Ao fisgar um gigantesco marlim, passa dias enfrentando obstinadamente o seu maior desafio. Mais que lutar para apanhar o peixe, Santiago está em luta consigo mesmo. Hemingway foi agraciado com o Nobel de Literatura de 1954, e O velho e o mar é uma de suas obras mais conhecidas e reeditadas. 

O russo Alexander Petrov (Александр Петров) é um cineasta de animação que utiliza uma técnica rara e impressionante: pintura a óleo, com a utilização da ponta dos dedos, em vez de pincéis. Petrov pinta em superfícies de vidro, muito maiores que uma folha A4, posicionadas em vários níveis, cada um coberto com tintas de secagem lenta. Após fotografar cada quadro pintado sobre as folhas de vidro, ele altera ligeiramente a pintura para compor a próxima imagem, num processo lento e meticuloso (conforme se pode constatar em making of disponível no youtube). 

O velho e o mar foi adaptado por Petrov e lançado em 1999, recebendo, merecidamente, o Oscar de Melhor Curta de Animação de 2000. Com duração de cerca de 20 minutos, foram necessários mais de 29 000 fotogramas (foto de cada uma das pinturas feitas no vidro) e dois anos de muito trabalho intenso e solitário. Perfeccionista, cada pintura era exaustivamente trabalhada e retrabalhada até alcançar o efeito desejado, guardando alguma semelhança com o impressionismo de Renoir. 

Uma obra excelente, que pode gerar em sala de aula boas discussões e significativas atividades com literatura, cinema, artes plásticas e, sobretudo, ótimos momentos de apreciação de uma apurada beleza artística.

William Cereja

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