sábado, 12 de setembro de 2015

Conta comigo (1986) - Rob Reiner

A história contada por Gordie Lachance começa no verão de 1959 na pequena cidade do Oregon, Castle Rock. Ele está reunido com seus amigos: Chris Chambers, considerado o líder do grupo, um garoto que vem de uma família ruim e todos na cidade já o consideram um mau elemento e Teddy Duchamp, considerado o “louco” do grupo, que tem problemas com o pai que bebe com freqüência e certa vez levou a orelha do garoto ao fogão quase a torrando, chega então o quarto integrante do grupo, Vern Tessio, com uma proposta que nenhum garoto de 12 anos recusaria: ver um corpo.

Eles partem, depois de inventar uma desculpa para enganar os pais, a uma distância de dezoito quilômetros, para encontrar o corpo do garoto.

Conta Comigo é baseado no conto de King: O Corpo, presente no livro Quatro Estações. O Quatro Estações é composto de contos que não são propriamente de terror. Pelo que me lembro quando li na introdução, King estava sendo tachado de “escritor de terror” e não gostava da ideia, então escreveu esses contos provando que seu talento vai além do horror. Com o decorrer da pequena viagem feita pelo grupo de quatro garotos vamos conhecendo mais e mais de cada um, suas vidas, relacionamento com os pais, medos e sonhos.

Sabemos que Gordie perdeu um irmão, Denny e que seus pais ainda não se recuperaram do luto, fazendo com que Gordie seja simplesmente um fantasma dentro de casa. Ele é completamente ignorado e sente que seus pais preferiam que ele tivesse morrido no lugar de Denny, que era um adolescente simpático, jogava futebol americano, era a atração das garotas, enquanto Gordie é só um garoto comum, que anda com amigos, que são considerados más companhias. Ele sente uma falta enorme do irmão mais velho que era o único que realmente “o via”.

A história de Gordie é bem emocionante. A forma como os pais simplesmente o deixam de lado, como ele se sente em relação a isso me lembra muito de Bill Gaguinho de A Coisa, que também perdeu um irmão e se vê no meio do clima pesado criado pelos pais.

Chris é dado como o pequeno marginal da cidade e embora sabendo que provavelmente ele realmente vai seguir esse caminho, odeia ser tratado dessa forma. Queria ir para um lugar onde ninguém o conhecesse.

Esse tipo de garoto é bem comum nos dias de hoje e nos faz pensar na forma em que agimos com relação a eles. Quando vemos um garoto do tipo, muitas das vezes, conscientes ou não, pensamos da mesma forma: que ele não tem futuro. Escondemos nossas bolsas e olhamos para eles de cara feia. Chris nos mostra o seu lado e em como podemos estar errados.

Teddy é louco, como todos dizem. Diz coisas loucas e também as faz. Ele tem um grande orgulho e amor ao pai, embora o mesmo o maltrate. E Vern é o garoto mais comum em meio ao grupo, meio bobão, acima do peso. O filme não dá muitos detalhes de sua família e sinceramente não me lembro muito bem dele no conto.

A história nos fala sobre amizade. Em como tal sentimento pode ser uma coisa forte e confusa e em como ele é ainda mais forte quando somos crianças. Uma frase bem famosa do filme é: “Nunca tive nenhum amigo depois, como quando tivera quando tinha 12 anos. Jesus, alguém teve?”

Amava ver esse filme na Sessão da Tarde e não tinha a mínima idéia de que era uma adaptação de Stephen King, só fui saber quando li O Corpo pela primeira vez. Desde então já assisti o filme novamente umas três vezes.

Realmente vale a pena, a atuação dos garotos ficou ótima, eles realmente souberam demonstrar a personalidade de cada personagem do livro. A trilha sonora está presente profundamente no filme, com clássicos da época.

Filme emocionante, uma adaptação muito boa. Acho que a única coisa alterada foi o estado do corpo do garoto, mas isso não caberia no filme mesmo. O conto tem mais detalhes e vale a pena lê-lo, mesmo após assistir ao filme. Espero que tenham gostado dessa clássica adaptação assim como eu.




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