quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A terceira margem do rio (1994) - Nelson Pereira dos Santos

Nelson se afunda na segunda margem do rio

Sérgio Augusto, Sucursal do Rio

Filme: A Terceira Margem do Rio
Diretor: Nelson Pereira dos Santos
Elenco: Ilya São Paulo, Sonija Saurin, Maria Ribeiro, Barbara Brandt
Sala: Espaço Banco Nacional/sala1

Embora há 30 anos sonhasse com uma adaptação do conto "A Terceira Margem do Rio", esta acabou sendo, por força das circunstâncias, uma obra de contingência -sem, no entanto, as mesmas dificuldades de "Mandacaru Vermelho", seu bate-bola para "Vidas Secas". Mutirão internacional, com aporte francês, o novo filme do nosso mais prestigiado cineasta chega hoje às telas cercado de expectativas.

Esperava-se, por exemplo, que Nelson não apenas quebraria o longo jejum do cinema brasileiro, mas também nos ofereceria um lauto "petit dejeuner" de imagens emocionantes, brasileiríssimas e culturalmente restauradoras. Ou seja, um filme bandeirante: exemplar, tonificante e norteador, quando nada por ter como base cinco contos de outro orgulho da raça, Guimarães Rosa. Ainda maiores eram as esperanças dos que vêem a carreira de Nelson como uma gangorra de bons e maus filmes, rigorosamente alternados. O que não ocorreria se entre "Memórias do Cárcere" e "A Terceira Margem do Rio" não tivesse havido "Jubiabá".

Também contou a favor o fato de o filme ter sido rodado em Paracatu, cidade mineira vice-governada por uma das filhas (Márcia) de Juscelino Kubitschek e berço dos Mello Franco, e ser uma espécie de síntese da obra do cineasta, misturando elementos de "Vidas Secas" (retirantes, Maria Ribeiro, a vaca Pitanga substituindo a cadela Baleia), "Amuleto de Ogum" (misticismo & gangsterismo), "Tenda dos Milagres" (misticismo & modernidade), "Estrada da Vida" (breguice & hiperrealismo fantástico). E também, ou acima de tudo, uma metáfora. Uma metáfora da volta do cinema brasileiro, assim resumida pelo crítico carioca Carlos Alberto de Mattos: "Como seu personagem central que aguarda confiante o regresso do pai, Nelson não desistiu de prever a volta da canoa onde um dia desapareceu o cinema nacional."

Todas essas conjecturas simbólicas são válidas, além de simpáticas, mas a verdade, nua e crua, é que "A Terceira Margem do Rio" não cumpre nenhuma de suas promessas. Muito menos a de manter inalterada a alternância de bons e maus filmes na filmografia do autor. Não chega a ser um desastre constrangedor, da estatura de "El Justicero", "Quem É Beta?" e "Estrada da Vida", mas é uma obra visivelmente menor, como "Boca de Ouro", e de circunstância, como "Mandacaru Vermelho". O que a canoa de "A Terceira Margem do Rio" nos trouxe foi uma miragem do grande Nelson Pereira dos Santos.

Ele, o grande Nelson, ou parte dele, está todo na primeira borda do filme, onde também é mais sensível a presença de Guimarães Rosa. Os três primeiros contos imbricados pelo cineasta –a família de "A Terceira Margem do Rio" cede o filho mais velho a uma peripécia de "Sequência", que por sua vez tem uma filha milagreira, como a de "A Menina de Lá"– se fundem com engenhosidade. As imagens do rio, o aproveitamento plástico da paisagem rural, o episódio da vaca Pitanga, o casamento na roça -enquanto sua câmera retrata o Brasil arcaico, com espontaneidade e singeleza, a narrativa flui fluvialmente. Mas, já nessa parte, salienta-se um defeito grave: os atores, à exceção de Chico Diaz (Rigério), representam de forma canhestra e dizem mal suas falas, afetando a credibilidade emocional de algumas cenas e comprometendo a absorção da esquisita prosa rosiana.
O que nos aguarda na segunda margem -as torpezas brasilienses, a violência urbana, o misticismo desesperado, a ganância canibalesca, a modernidade rastaquera– são mazelas que em outros filmes já mereceram abordagem mais sutil e contundente. Nelson aí erra no atacado e no varejo, com a agravante de se fiar em demasia nos guizos falsos do hiperrealismo fantástico. É particularmente ruim, porque óbvia, a cena em que as crianças de Sobradinho encenam um bangue-bangue de brincadeira no meio da rua, após uma "razzia" policial. Pior ainda, porque indício de concessão ao exotismo, é a aparição de um bloco carnavalesco, a pontuar sem mais nem menos a passagem de uma assombrosa ventania.

Quando a menina milagreira suspende suas atividades por causa do fascínio que lhe desperta a televisão, pensei comigo: agora, o filme vai explorar o choque entre duas formas de encantamento. Era assunto fértil, que Nelson desprezou. Quando o caixão da menina é carregado pelos braços da multidão, como se fosse um barco descendo um rio, pensei comigo: belo remate, rimando com as imagens da abertura e fechando o círculo navegante. Mas Nelson não resistiu à tentação de fazê-lo subir aos céus, como o balão vermelho de Albert Lamorisse e o peixe de Emir Kusturica, entregando seus últimos pontos a um tipo de fantasia que há muito já deu o que tinha que dar.



Grande Sertão: Veredas (1985) - Walter Avancini

Série traduz épico roseano com falhas e boas atuações

Adaptação erra ao colocar Bruna Lombardi em papel de perfil andrógino
José Geraldo Couto, da Folha

Adaptar o livro "Grande Sertão: Veredas" para qualquer outro meio de expressão é um desafio tão grande quanto traduzi-lo para outra língua que não seja a inventada por seu autor, João Guimarães Rosa.

A saga do jagunço, professor e fazendeiro chamado Riobaldo, com seu amor atormentado pelo companheiro de armas Reinaldo/ Diadorim, é uma das grandes obras da literatura do século 20. 
Em 1965 os irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira quebraram a cara ao tentar levar o livro ao cinema. Vinte anos depois, com a infraestrutura da Rede Globo a ampará-los, Walter George Durst (roteirista) e Walter Avancini (diretor) tomaram para si a tarefa. O resultado da empreitada foi uma minissérie que marcou época na TV brasileira e que agora é relançada numa caixa com quatro DVDs.

Ao apresentar a série aos espectadores, antes do primeiro episódio, Avancini diz que concebeu a adaptação pensando no grande público iletrado, que não tinha lido e nem viria a ler o livro. É a partir desse propósito declarado que a obra deve ser avaliada. Vamos combinar que a grandeza e o brilho do original nunca serão alcançados. Mesmo porque, para uma transposição audiovisual à altura do texto, seriam necessários os talentos conjugados de um Sergio Leone, um Akira Kurosawa e um Glauber Rocha.

Dito isso, vamos aos problemas. Pensando no espectador que não conhece o livro, a escolha de Bruna Lombardi para o papel de Reinaldo/Diadorim foi um grande erro de casting.

Não por supostas deficiências da atriz, que faz seu trabalho com brio e competência, mas porque o personagem exigiria alguém com um perfil mais ambíguo, para não dizer andrógino. De preferência, alguém desconhecido dos telespectadores. Ora, Bruna Lombardi, além de ter um dos rostos mais lindos e delicadamente femininos que se conhecem, já era uma celebridade. 

Perspectiva

Outro problema, que dilui muito a densidade do relato, foi a opção de abolir a narração em primeira pessoa por Riobaldo. No livro, ele conta retrospectivamente sua história, com avanços, recuos e inúmeras digressões, a um interlocutor instruído. Na série, tudo é narrado linearmente, e como que em terceira pessoa, por uma câmera onipresente. Há uma apresentação objetiva de fatos e personagens, que não passam pelo "filtro" da subjetividade de Riobaldo, ao contrário do livro. 
É essa subjetividade (bem como a fala peculiar em que ela se expressa) que, no romance, dá unidade às várias dimensões da narrativa -a épica, a lírica e a trágica.

Na minissérie, há "saltos" de tom e estilo, como enxertos de melodrama numa epopeia, ou de cenas épicas num drama romântico. Nada disso anula os méritos da série, a começar pela atuação matizada de Tony Ramos como Riobaldo. Rubem de Falco como Joca Ramiro, José Dumont como Zé Bebelo e sobretudo Tarcisio Meira como o demoníaco Hermógenes demonstraram-se escolhas muito acertadas.
No mais, transparece um grande esforço de produção, em termos de locações, figuração, figurinos etc. Mas, como a grandeza da epopeia roseana não está na quantidade de cavalos e de tiros, mas no coração do drama humano, ainda não foi desta vez que se chegou lá. 


GRANDE SERTÃO: VEREDAS 

Direção: Walter Avancini 
Lançamento: Globo Marcas 
Quanto: R$ 71,90 
Classificação: 14 anos 
Avaliação: bom

sábado, 19 de setembro de 2015

O senhor das moscas (1990) - Harry Hook





O Velho e o mar (2000) - Alexander Petrov

O velho Hemingway e o mar de Alexander Petrov



O clássico romance O velho e o mar , de Hemingway, foi adaptado para a linguagem dos desenhos e do cinema, conquistando o Oscar de melhor curta de animação no ano 2000. O resultado é maravilhoso, como poderão verificar. E as possibilidades didáticas a partir do filme são muitas, em diferentes níveis de ensino. 

Quem nos apresenta o filme, comenta sobre o trabalho desenvolvido por Alexander Petrov e dá dicas de possibilidades pedagógicas é o professor e escritor Adriano Lobão de Aragão, nosso assessor pedagógico no Piauí e no Maranhão.

Escrito em 1951 e publicado em 1952,O velho e o mar foi o último livro publicado em vida pelo escritor americano Ernest Hemingway (1899-1961). Conta a história de um velho pescador cubano, Santiago, que ficara 84 dias sem pescar nada e lança-se ao mar almejando a superação de seus dias de azar. Ao fisgar um gigantesco marlim, passa dias enfrentando obstinadamente o seu maior desafio. Mais que lutar para apanhar o peixe, Santiago está em luta consigo mesmo. Hemingway foi agraciado com o Nobel de Literatura de 1954, e O velho e o mar é uma de suas obras mais conhecidas e reeditadas. 

O russo Alexander Petrov (Александр Петров) é um cineasta de animação que utiliza uma técnica rara e impressionante: pintura a óleo, com a utilização da ponta dos dedos, em vez de pincéis. Petrov pinta em superfícies de vidro, muito maiores que uma folha A4, posicionadas em vários níveis, cada um coberto com tintas de secagem lenta. Após fotografar cada quadro pintado sobre as folhas de vidro, ele altera ligeiramente a pintura para compor a próxima imagem, num processo lento e meticuloso (conforme se pode constatar em making of disponível no youtube). 

O velho e o mar foi adaptado por Petrov e lançado em 1999, recebendo, merecidamente, o Oscar de Melhor Curta de Animação de 2000. Com duração de cerca de 20 minutos, foram necessários mais de 29 000 fotogramas (foto de cada uma das pinturas feitas no vidro) e dois anos de muito trabalho intenso e solitário. Perfeccionista, cada pintura era exaustivamente trabalhada e retrabalhada até alcançar o efeito desejado, guardando alguma semelhança com o impressionismo de Renoir. 

Uma obra excelente, que pode gerar em sala de aula boas discussões e significativas atividades com literatura, cinema, artes plásticas e, sobretudo, ótimos momentos de apreciação de uma apurada beleza artística.

William Cereja

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Mutum (2007) - Sandra Kogut

Filme de Kogut expõe a opacidade da vida

Inácio Araújo
crítico da FOLHA


"Por que o que acontece acontece?", pergunta o menino Thiago (com essas palavras ou com outras, parecidas) a horas tantas de "Mutum". E talvez seja esta a pergunta que faz todo o tempo a autora, Sandra Kogut.

Essa é também a raiz de sua aposta estética: nunca mostrar o que acontece, o momento dramático, mas, com o uso contínuo de elipse, valorizar a incidência dos fatos sobre os personagens. Com isso, o "por quê" substitui o acontecimento, e da vida se expõe a opacidade.
Tentemos não complicar as coisas mais do que já são: "Mutum" se passa em um sertão qualquer, talvez em um tempo qualquer (tempo antes da histeria das comunicações). Thiago é um dos filhos de um lavrador. Um filho melancólico, diga-se, que tentará entender as muitas perdas que lhe cabem na vida: do tio, da cadela, do irmão, dos lugares, do pai etc.

A vida não é feita de adições, mas de supressões, como se o mundo infantil começasse pleno para, aos poucos, se esvaziar.

Desse vazio, dessas promessas de que o mundo nos enche para depois nos desiludir. Eis então um olhar bem pouco romântico da infância. E talvez sua localização seja bem mais exata do que parece num primeiro momento: o lugar de "Mutum" é a infância, isto é, a perda. 
O segundo tema relevante é o deslocamento. Ou exílio. Pois é isso que Thiago verá o tempo todo (do tio, do pai) ou viverá.

Viver é também deixar o seu lugar, embora esse deslocamento nem sempre seja experimentado como perda. Ele é, no mais, uma fatalidade, que coincide com o tornar-se homem (não deixa de ser curioso, pois na família exogâmica quem circula é, tradicionalmente, a mulher: aqui, é sempre o homem).

Existe, por fim, o tema do olhar. Ou antes, da incapacidade de ver. Não por acaso, o mal do menino está nos olhos: a opacidade do mundo é antes de tudo física. Não é impossível que todo o filme se organize em torno da luta para entender por que o que acontece acontece e a dor da incompreensão. Talvez o olhar, se corrigido, se revele, ao final, mais uma ilusão.

Isso não saberemos, até porque este é um filme que se pergunta sobre o "por quê" ao mesmo tempo em que suprime as coisas. A idéia é mais completa do que a realização (onde se destaca uma ótima direção de arte), dada a dificuldade do desafio que se impôs Kogut.

Segurar um filme dando ênfase aos tempos fracos implica, por vezes, confundir momentos baixos da existência com buracos narrativos, pois o cinema é, primeiro, uma arte de registro do acontecer, antes de ser questionamento dos fenômenos. Nessas ocasiões, "Mutum" perde intensidade. Nada grave: se o cinema brasileiro atual padece, com enorme freqüência, de obviedade no partido tomado, a autora e seus colaboradores assumem o risco de uma bela aposta feita não no escuro, mas com plena consciência do quanto se tem a caminhar neste mundo perigoso.

sábado, 12 de setembro de 2015

Amores Roubados (2014) - José Luiz Villamarim e George Moura

Trama que sai em DVD é inspirada em 'A Emparedada da Rua Nova' 

Ubiratan Brasil - O ESTADO DE S. PAULO 
17 Agosto 2014 | 03h 00 

Um sertão nordestino marcado pelas contradições, com vaqueiros tradicionais portando telefones celulares e casas humildes repletas de eletrodomésticos. Esse retrato contemporâneo, ligeiramente distante da imagem clássica de seca e pobreza, é o cenário para a minissérie Amores Roubados, exibida pela Globo em janeiro e que agora ganha edição especial em Blu-Ray - o que ressalta a bela e cinematográfica fotografia em HD de Walter Carvalho -, acompanhada de um livro com fotos dos bastidores, lançamento da Globo Marcas. 

Livremente inspirada no livro A Emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela, a série acompanha as desventuras de Leandro Dantas (Cauã Reymond), um Don Juan que volta à sua cidade natal, à beira do Rio São Francisco, para trabalhar como um sofisticado sommelier. Bonito e conquistador, Leandro morou por muito tempo em São Paulo ao lado da sua mãe, Carolina (Cassia Kis Magro), uma prostituta.

Com a prisão dela, o jovem volta ao Nordeste onde trabalha na vinícola de Jaime Favais (Murilo Benício), casado com Isabel (Patrícia Pillar), com quem Leandro vai ter um de seus diversos casos amorosos, que incluem ainda Antônia (Isis Valverde), filha de Jaime, e Celeste (Dira Paes), casada com Roberto (Osmar Prado), grande exportador de mangas.

Dirigida por José Luiz Villamarim, a série não reforçou os clichês nordestinos ao contar ainda com atores locais (como Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa), que trouxeram a musicalidade típica do falar da região. Sobre o trabalho, Villamarim respondeu as seguintes questões.

Os atores parecem adequados aos seus papéis, encaixando-se em seus personagens. Como foi o processo de escolha?

Para mim, o princípio básico da escalação é reunir atores que sejam apaixonados pelo seu ofício. Em Amores, o elenco encarou pesquisas, ensaios, estudos e todos os processos necessários para entender o arco dramático dos seus personagens na trama. Outro ponto que também levei em consideração na escalação foi o lançamento de atores novos, principalmente aqueles vindos do Nordeste, onde a trama se passa. Eles trouxeram a prosódia e uma vivência local que foi muito importante para todo o elenco. O que favoreceu a credibilidade das interpretações. Eu busco uma interpretação mais próxima da realidade, que beira o documental. A junção dos atores nordestinos com os outros da minissérie contribuiu para esse objetivo. 

A trama começou com impacto, contada do fim para o começo, algo nem sempre comum nas séries e novelas brasileiras. Por que essa opção?

Queríamos deixar o mistério no ar desde a primeira cena. Foi uma narrativa que eu e (o roteirista) George Moura escolhemos para fugir do formato linear e criar esse suspense. Tínhamos ciência do risco, mas sempre acreditamos na inteligência do espectador. Por isso, apostamos nesta ousadia. 

Outro recurso foi o uso do silêncio, em que os atores contracenavam muitas vezes apenas com o olhar. Como você planejou o uso desse silêncio?

O silêncio, assim como as expressões faciais e corporais, quando utilizado em momentos oportunos, é capaz de passar mensagens profundas, por vezes mais bem captadas do que as transmitidas em longas conversas. Desta forma, o ator também pode usar outros elementos para a interpretação, que fica mais rica. Acredito muito no subtexto. 

A fotografia de Walter Carvalho, como sempre, trouxe bons frutos. Você diria que se constrói hoje, na televisão, uma linguagem específica para as séries brasileiras, algo que as diferenciem das novelas?

O Waltinho é um grande parceiro, um profissional especial e um grande artista. Ele sempre preza pela qualidade em tudo que faz. Tem uma maneira de ver, de perceber a fotografia que é a favor da história e do que estamos propondo. Acredito que o diferencial mais importante está na história, e não no formato. 

Finalmente, a trilha sonora: como foi a seleção de cada música? Como funciona o ajuste entre determinada canção e um personagem? 

A música ajuda a compor a caracterização do personagem. Tivemos, entre outros nomes, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Fagner, Amelinha e The XX, que inclusive foi meu filho que indicou achando que tinha todo o perfil da minissérie. Tudo foi planejado com detalhe. Foi uma tacada que deu certo, foi bacana. Tive novamente a parceria do maestro Eduardo Queirós, com quem trabalho desde Avenida Brasil.